Homologação de sentença estrangeira no Brasil: Guia completo para Brasileiros no exterior
Introdução
Quando um brasileiro obtém uma decisão judicial no exterior, como um divórcio ou a definição de guarda, essa sentença só terá efeito no Brasil se passar por um processo formal chamado homologação de sentença estrangeira. Esse procedimento garante que o conteúdo da decisão seja compatível com as leis nacionais e possa produzir efeitos jurídicos no país.
Neste guia, elaborado pela Global Law Advisors, você vai entender o que é, quando é necessário, quais documentos são exigidos e como funciona o trâmite no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Inicie sua homologação com especialistasO que é homologação de sentença estrangeira?
É o processo judicial pelo qual o STJ reconhece que uma decisão proferida fora do Brasil pode ser válida e aplicada internamente. Sem a homologação, o ato não tem força legal no território nacional, mesmo que tenha sido regularmente emitido no exterior.
Esse procedimento é fundamental para assegurar segurança jurídica e evitar conflitos de normas entre países.
Quando a homologação é obrigatória?
Qualquer decisão judicial estrangeira que precise produzir efeitos no Brasil deve ser homologada. Os casos mais comuns envolvem:
- Divórcios realizados no exterior;
- Reconhecimento ou dissolução de união estável;
- Definição de guarda, visitas e pensão alimentícia;
- Partilha de bens localizada no Brasil;
- Reconhecimento de paternidade ou adoção.
Exceções
Alguns atos podem ser registrados diretamente no Brasil, como escrituras públicas emitidas por consulados brasileiros. Porém, é indispensável verificar cada caso com um advogado especializado para evitar indeferimentos.
Fale com um advogado agoraRequisitos legais para homologação no STJ
Para que a homologação seja aceita, é preciso cumprir requisitos formais e materiais, como:
- Sentença estrangeira definitiva e válida no país de origem;
- Tradução juramentada para o português;
- Documento apostilado (Convenção de Haia) ou legalizado;
- Respeito à soberania nacional e à ordem pública;
- Procuração específica para representação judicial no Brasil.
Etapas do processo de homologação
- Preparação da documentação: reunião da sentença, apostila, tradução e procuração.
- Protocolo no STJ: petição inicial assinada por advogado habilitado no Brasil.
- Manifestação da Procuradoria-Geral da República: análise jurídica sobre requisitos legais.
- Julgamento: decisão do colegiado do STJ.
- Registro e efeitos: após homologada, a decisão pode ser registrada e produzir efeitos no país.
Prazo e custos
O tempo médio pode variar de alguns meses a um ano, dependendo da complexidade do caso e da completude da documentação. Os custos envolvem:
- Honorários advocatícios;
- Taxas judiciais do STJ;
- Custos de tradução juramentada;
- Custos de apostilamento ou legalização consular.
Erros que mais atrasam o processo
- Falta de tradução juramentada válida;
- Documentos sem apostila de Haia;
- Sentença sem caráter definitivo;
- Procuração incompleta ou sem poderes específicos;
- Protocolar documentos ilegíveis ou incompletos.
Base legal
"Compete ao Superior Tribunal de Justiça processar e julgar, originariamente, a homologação de sentenças estrangeiras e a concessão de exequatur às cartas rogatórias." – Art. 105, I, “i”, da Constituição Federal.
FAQ – Perguntas Frequentes
Preciso estar no Brasil para homologar?
Não. A homologação pode ser feita integralmente à distância, por meio de advogado com procuração específica.
Posso homologar decisão de pensão alimentícia?
Sim, desde que a decisão atenda aos requisitos exigidos pelo STJ.
Preciso contratar advogado?
Sim. A lei exige que o processo seja conduzido por advogado habilitado no Brasil.
Qual o prazo para solicitar a homologação?
Não existe prazo máximo, mas recomenda-se iniciar o quanto antes para evitar impactos em outros procedimentos jurídicos.
Receba orientação personalizadaConclusão
A homologação de sentença estrangeira no Brasil é essencial para garantir que decisões tomadas no exterior tenham validade jurídica no território nacional. Seguir corretamente os requisitos e contar com suporte especializado reduz o risco de indeferimentos e agiliza o trâmite no STJ.
Publicado em: 15/08/2025
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